Durante o peditório para a FADA, e com instruções para dar folhetos apenas quando achássemos que valia a pena (pois a impressão tem custos para os voluntários) dei por mim a tirar fotografias de tudo quanto entrava. Claro que nos fazemos valer dos estereótipos, claro que os preconceitos gritam e participam activamente na selecção. Mas é nestes momentos que surgem as surpresas...
As dondocas viram a cara ou abanam o dedinho. As velhotas apelam pelas crianças, como se os animais não comessem também, e depois... e depois há os jovens que provavelmente vivem de mesadas e também não podem contribuir grande coisa.
Ainda assim arrisquei num deles. Um casal jovem, que não ostentava grande riqueza (mas a interior, a mais importante e mais bonita, também raramente à primeira vista reluz).
Passaram-se uns 20 minutos e qual não foi o meu espanto e a minha alegria quando reparei que não tinham comprado nada para eles e apenas para "nós". Ração, comedouros, lixívias, vassouras, pás, patês... Tanta coisa, tanta boa vontade, tanta solidariedade. Só me apeteceu dar-lhes um abraço... e três chapadas na minha fuça por ter olhado para eles e ter achado que era um folheto "perdido".
Haja mais pessoas assim... PRECISAMOS!!!
*P.s - E já agora, nunca mais vou virar a cara a quem me quiser dar o que quer que seja. Não custa ouvir, ou mesmo dizer que não e agradecer com um sorriso. Afinal, ninguém gosta de ser ignorado, sobretudo quando a causa é nobre e o trabalho voluntário.
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