quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Batons

Como já tinha referido anteriormente e afirmo uma vez mais, a infância é uma altura de descobertas. Nesta fase podemos tudo ou quase tudo...

Este episódio passou-se já eu frequentava a 3ª classe. A minha escola era colada ao infantário onde trabalhava a minha mãe e sempre que terminavam as aulas eu ia a correr ter com ela e ficava a brincar pelas salinhas dos 3, 4 e 5/6 anos até acabar o expediente e regressar com ela a casa.

Pois bem, neste dia fatídico, eu saí mais cedo da escola e as salas ainda estavam ocupadas com os meninos. Vai daí, decido brincar no ginásio/espaço de refeições da escola que tinha ligação à cozinha e a uma área restrita onde as empregadas deixavam os seus pertences.

Tomada pelo aborrecimento, decidi ir explorar malas alheias (como quem diz da colega da minha mãe) que na altura vendia batons e tinha uma enorme colecção com todas as cores e mais algumas. Na minha imensa ingenuidade, perguntei-me o que aconteceria se desenrolasse todo o batom e colocasse a tampa sem o recolher... Pois bem... o resultado desta experiência não se fez esperar e o batom ficou assim deveras desfeito...



Apesar de já saber o resultado, achei a brincadeira interessante e achei também ( não sei como) que aquela brincadeira não me iria trazer consequências passando eu impune, mesmo depois de trazer um ainda considerável prejuízo à rapariga.

Quando fui, um ou dois dias mais tarde confrontada com tal ... tratei de arranjar um bode expiatório para imputar culpas e safar-me de fininho a uma "carga de porrada" da minha mãe.

Conclusão: Não apanhei nenhuma palmada, confessei mais tarde o meu "crime" e ainda hoje tenho um certo sentimento de culpa do que fiz...

É por estas e por outras que discordo da noção de que as crianças são inocentes. Há que definir idades e limites. Podemos experimentar algo por ignorância, ver que foi uma asneira e parar ou continuar a fazê-lo porque de uma forma inexplicável está mal, mas dá-nos um certo gozo fazer...

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